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sábado, 15 de outubro de 2011


O vocábulo “Liturgia“, em grego, formado pelas raízes leit- (de “laós”, povo) e -urgía (trabalho, ofício) significa serviço ou trabalho público. Por extensão de sentido, passou a significar também pratica ritualística.
No BDSM a liturgia se enquadra como o conjunto de regras/ações que são seguidas pelos seus praticantes como forma de realizar a sua fantasia. Com a liturgia  o jogo em si se torna real, saindo da teoria para a questão prática. Vamos a alguns exemplos:
Forma de tratamento:
Um submisso sabe que um Mestre ou mesmo um dominador nunca vai ser chamado por um pronome de tratamento intimo como “você”. A única exceção é se o mestre em questão autorizar previamente. Senhor, Mestre, Sir, Lord… enfim… termos que envolvam um certo respeito são os adequados. O mesmo vale no caso de estar na presença de uma Dominatrix, mesmo não tendo o desejo sexual direcionado a ela.
Rituais:
Dentro do BDSM existem certos ritos, como encoleiramento, a qual o Mestre pode escolher a série de ações a serem realizadas no ato. Podem ser usados rituais previamente estabelecidos e facilmente achados na internet. O importante é vivenciar essa ação não como teatro, como muitos dizem ser. Mas entender a importância desse ritual.
Comandos Gerais;
Durante uma sessão um Mestre pode estabelecer certos comandos que podem ser palavras, ações e qualquer coisa do tipo como forma do submisso reagir de acordo com o combinado previamente. Há também comandos em  relação a vestimenta, como escravo só usar rubber, ou mesmo ficar apenas nú. Nesse quadro podemos colocar também a safe word que no caso é um ato litúrgico indispensável para qualquer sessão.
Preparação de uma cena:
Um Mestre pode criar um ambiente com os itens que pretende usar em uma sessão ou mesmo comandar seu escravo a preparar o espaço de acordo com  as práticas que pretende usar nesse dia. No geral o ato de desmontar o ambiente fica a cargo do escravo podendo inclusive ser determinado um prazo de execução passível de punição.
Uso do escravo por 3ºs:
Um mestre após encoleirar um escravo se torna dono do mesmo. De forma que a vida sexual do submisso se torna de total responsabilidade do mestre. Abstinência, uso do escravo por 3ºs, seja para foda vanilla ou mesmo sessões devem ser negociadas pelo mestre seguindo o acordo estabelecido entre ambas as partes.
Respeito entre Cavalheiros:
Tradução de um termo que achei em um site gringo que acho que se enquadra nesse post. Um Mestre, antes de mais nada, deve prezar por sua honra e com isso respeitar os escravos encoleirados assim como outros mestres. Não há nada mais amadora do que o desrespeito a seus semelhantes.
Esses são alguns pontos que norteiam, ao menos na minha visão, o BDSM e o diferencia de uma foda vanilla ou mesmo qualquer pratica fetichista em si. Creio que sem esse norte o BDSM perde o sentido. Por fim lembro que dentro desse mundo existe uma grande gama de variações e cada um pode estabelecer a própria liturgia, desde que não esqueça dos princípios básicos.

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